domingo, 30 de maio de 2010

Lomas Blancas.




O Lomas Blancas tem 3.850m de altitude, fica no Cordón del Plata na Argentina, uma ótima montanha para aclimatação. Saindo dos refúgios de Vallecitos são de de 4 a 5 horas até o cume e mais 3 horas de descida, uma escalada lenta até o topo passando por trechos com muitas pedras soltas, chegando no cume vale contemplar a paisagem e ficar o maior tempo possível para ajudar na aclimatação em altitude.
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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Glaciar de Los Polacos - Aconcágua - Parte Final.


























O Campo 2 (5.800m) fica no início do glaciar. É de onde se faz o ataque ao cume da Via Polacos. A Via pode ser feita pela esquerda(original), onde é mais longa e suave, mas existem muitas gretas (fendas no gelo), ou subir a Via Direta, que não tem gretas mas é bem mais vertical e desgastante fisicamente. A maioria dos alpinistas não entram no glaciar, fazem a chamada "Falsa Polacos", que consiste em partir do Campo 2, fazer a travessia até Independência (6.400m) e seguir pela rota normal. A descida do cume é sempre feita pela rota normal, retornando ao Campo 2. Muitos perderam a vida escalando pelo glaciar, alguns corpos ainda estão lá, a montanha não perdoa erros na Polacos. É fundametal um ótimo preparo físico, bons equipamentos e muita prudência.
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terça-feira, 18 de maio de 2010

Glaciar de Los Polacos - Aconcágua - Parte III - de Plaza Argentina ao Campo 2.
















Subindo a partir do Campo Base (4.200m), logo você encontra vários Penitentes (formações pontiagudas de gelo) e trilhas com pedras soltas. São de 2 a 3 horas de subida até o Campo I (5.100m). Neste ponto ainda é possível obter água sem derreter neve. A subida para o Campo 2 (5.800m) leva de 3 a 4 horas. É recomendável fazer um porteio de equipamentos ao Campo 2, voltar para o Campo 1, descansar mais um dia, e só então subir em definitivo para o Campo 2.
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Glaciar de Los Polacos - Aconcágua - Parte II - de Casa de Pedras até Plaza Argentina.












Saindo de Casa de Pedras ( 3.240m) é necessário fazer a travessia do rio, onde a água é muito gelada e entrar no Vale da Quebrada del Relincho. São de 7 a 9 horas de jornada pelo vale até chegar ao acampamento base, chamado Plaza Argentina (4.200m). A caminhada é dura, mas a medida que você se aproxima, o Aconcágua mostra sua face mais bonita, com parte da parede sul e todo glaciar bem na sua frente. Perto do base existem grandes formações rochosas que lembram a superfície da lua. O acampamento de Plaza Argentina é bem estruturado com várias empresas prestadoras de serviços e o posto de controle dos Guarda Parques, onde é obrigatório a apresentação do permisso de escalada e a realização de exame médico.
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domingo, 16 de maio de 2010

Glaciar de Los Polacos - Aconcágua - Parte I - de Punta de Vacas até Casa de Pedras.

















A via do Glaciar de los Polacos, no Aconcágua, é mais técnica que a via normal, sendo necessário experiência em travessia de glaciar e uso de equipamentos de escalada em gelo. Depois de comprar o permisso de escalada em Mendoza e alugar mulas em Ponte del Inca, você volta até Punta de Vacas (2.580m) e entra no Valle de Vacas, onde começa a jornada. O transporte até a entrada do vale é feito de Van pelas empresas de mulas, e seus equipamentos serão transportados até o acampamento base chamado Plaza Argentina (4.200m). Entrando no Valle de Vacas, serão 3 dias de caminhada bem puxada até o base. No primeiro dia, caminhamos de 4 a 5 horas, passando por pontes de gelo e trilhas pedregosas, até chegar ao acampamento de Pampa Lenhas (2.950m). Lá existe um posto de controle de Guarda Parques, onde é obrigatório fazer o check-in. No segundo dia, saindo de Pampa Lenhas, são de 6 a 7 horas até o próximo acampamento, chamado Casa de Piedras (3.240m). Chegando em Casa de Piedras, se abre o vale da Quebrada del Relincho, onde se tem a primeira visão do Aconcágua. Descanso e uma boa alimentação são fundamentais para a recuperação, pois o próximo trecho que leva ao base é o mais desgastante. Os arrieros fazem as mesmas paradas com as mulas e também chegam no base em 3 dias.
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terça-feira, 11 de maio de 2010

Aconcágua - Face Noroeste (normal) - Parte Final: de Nido de Condores ao Cume.














Em Nido (5.450m) é aconselhável ficar uns dois dias, depois acampar em Berlin (5.850m) ou Cólera (5.900m). Para chegar ao acampamento de Berlin são duas horas de jornada. Alguns alpinistas partem para o cume direto de Nido e outros fazem o ataque partindo de Berlin. Estes geralmente saem as quatro da madrugada e a temperatura naquela altitude, em média, é de 15 graus negativos à noite, se o tempo estiver ruim, enfrentamos temperaturas de 30 graus negativos e isso é muito comum no Aconcágua. São de oito a doze horas de escalada até o cume, mais três a quatro para voltar ao acampamento. Chegando aos 6.400m você encontra o refúgio de Independência, que está em péssimas condições (sem teto e sem porta), subindo um pequeno glaciar está El Gran Acarreo, fazendo a travessia no Acarreo, está a base da canaleta que leva ao cume. Muito cuidado com acidentes na canaleta, uma perna quebrada pode ser fatal, pois as chances de resgate naquela altitude são muito poucas. O Aconcágua é o topo das Américas, a montanha mais alta do lado ocidental do planeta (6.962m). O cume é uma platô enorme. Quando a cruz é avistada, todo dinheiro gasto, saudade da família e dos amigos, dor, frio, fome... tudo isso é recompensado. Muitos alpinistas não sabem a hora de voltar e usam toda sua energia para chegar no topo, mas esquecem da volta, que é onde acontece 90% dos acidentes em alta montanha. Não ultrapasse seus limites, a montanha vai ficar ali, no mesmo lugar e você poderá voltar em outra oportunidade. E não esqueça: "Alpinista bom, é alpinista que volta para casa."
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aconcágua - Face Noroeste (normal) - Parte II: de Plaza de Mulas a Nido de Condores.









Partindo do acampamento base Plaza de Mulas(4.300m), subindo por um zig-zag de duas horas, chegamos até o acampamento de Plaza Canadá (5.ooom), onde se tem uma ótima visão do Cerro Cuerno (5.350m). O melhor é montar acampamento em Canadá, voltar para o base e somente no outro dia subir em definitivo, isso ajuda na aclimatação. Depois de bem aclimatado, subimos numa marcha de três a quatro horas para então chegar até o acampamento de Nido de Condores (5.450m). Em Nido há uma base da Equipe de Resgate, por rádio eles estão sempre atualizados da previsão do tempo. Acima do acampamento base Plaza de Mulas é preciso derreter neve para obter água, por isso leve bastante combustível para o fogareiro.
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domingo, 9 de maio de 2010

Aconcágua - Face Noroeste (normal) - Parte I: de Mendoza a Plaza de Mulas














Partindo de Mendoza, já com o permiso de escalada comprado, percorremos 175 km para chegar à Ponte Del Inca, última parada antes do Parque Aconcágua. Ali você pode alugar mulas para fazer o transporte dos seus equipamentos que vão estar te esperando no acampamento base. Não tente escalar o Aconcágua sem o auxílio das mulas pois o desgaste físico e o tempo que se perde devido ao peso não compensam. As suas chances de chegar ao cume reduzem muito. Existem muitas empresas que alugam mulas, eu particularmente, usei a Aymará todas as vezes. São bastante sérios e sem custo adicional podemos utilizar os banheiros da empresa em Plaza de Mulas e fazem o despacho do seu lixo na descida da montanha. Saindo de Ponte Del Inca, em poucos minutos estamos na entrada do Parque onde é feito o primeiro check-in. Começamos a jornada passando pelo lago Horcones e, em três horas de caminhada, chegamos no acampamento Confluência (3.370m). Em Confluência é recomendável passar um ou dois dias para aclimatação. Para prosseguir, devemos passar pelo segundo check-in, realizado pelos guarda-parque e visitar o médico (obrigatório), se tudo estiver ok podemos ir em frente. São de 7 a 9 horas de caminhada até Plaza de Mulas, passando por Paya Ancha e subindo Costa Brava, que é um zig-zag muito desgastante. O acampamento base do Aconcágua (Plaza de Mulas 4.300m) é quase uma cidade, milhares de pessoas de diversos países escalam a montanha todo ano. Neste ponto deve ser realizado o terceiro check-in e visita ao médico (obrigatório). Aproveite para descansar e dar uma caminhada até o Hotel Plaza de Mulas, que fica a uns 20 minutos do acampamento base. Muitas pessoas chegam até o base, poucas chegam até o cume, alguns morrem tentando... Respeite seus limites e respeite a montanha.
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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cachorros de Montanha











O melhor amigo do homem parece não sentir os efeitos da altitude. Já vi dois cachorros que seguiram seus donos em uma escalada no Aconcágua, brincando e correndo a 6.700m de altitude como se estivessem ao nível do mar. Em Vallecitos, no Cordón del Plata, é comum a presença de cães. Quem escala o Cerro Plata com certeza conhece o Beethoven (foto 1 e 2), um São Bernardo que vive no refúgio Ski-Montanha (3.000m) e sobe junto com os arrieiros até o acampamento base (Salto, 4.200m), ajudando a guiar as mulas. Em Vallecitos, no refúgio Mausy (2.900m), a Brisa e o Lobo (foto 4 e 5), além de serem guardiões do local, também acompanham seu dono Guillermo em muitas escaladas. Cachorros de montanha são sempre amigáveis, muitas vezes seguem você até grandes altitudes mesmo com frio extremo e ventos fortíssimos. São ótimos amigos até nas horas mais difíceis.
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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Chimarrão nas alturas.


















Companheiro inseparável do gaúcho, o chimarrão é uma ótima opção para quem escala em alta montanha, ajuda na hidratação e a fazer amigos. Nas condições de altitude e esforço físico, nosso organismo necessita de, no mínimo, 4 litros de água por dia, o que não é fácil pois temos que derreter muita neve. O maior problema é que a água de degelo possui baixa concentração de sais minerais e precisa ser adicionada de outros produtos a fim de elevar sua qualidade nutricional. Pode ser consumida com suco em pó, chá, maltodextrina, entre outros... e o mate se encaixa nesta lista. Sempre levei em todas expedições e tomei chimarrão no cume do Plata e do Acóncagua, onde consegui tomar um morno e o próximo já congelou! Foi o chimarrão mais alto das Américas (6.962m).
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domingo, 2 de maio de 2010

Cerro El Plata - 6.000m



















O Cerro Plata é cada vez mais escalado por brasileiros devido ao fácil acesso e custo muito baixo. Uma ótima montanha de aclimatação para quem vai escalar o Aconcágua. Saindo de Mendoza, na Argentina, em menos de duas horas chega-se na estação de Ski de Vallecitos (3.000m) que é o ponto de partida da escalada, passando pelo acampamento de Las Veguitas (3.300m) e Pedra Grande (3.800m), chegando ao acampamento base (Salto de Água), que tem 4.200m de altitude. O ataque ao cume pode ser feito direto de Salto, ou, ainda, pode-se fazer um acampamento em La Hoyada (4.650m). Saindo de La Hoyada você sobe pelo filo até o Portezuelo (5.200m), onde o vento é forte e a visão da cordilheira é fantástica, segue pela esquerda e contorna o Platita, só então é possível avistar o El Plata. Subindo até próximo do topo você encontra os destroços do helicóptero Lama (ver postagem de 28 abril) e segue mais 50m até o cume, onde é possível avistar o Tupungato e o Aconcágua, que se destaca na cordilheira.
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